Em meio a tantas opções na Bolsa de Valores, as ações de bancos seguem como um dos pilares das carteiras de investidores brasileiros. Não é para menos: essas instituições financeiras representam boa parte do Ibovespa, são extremamente lucrativas e oferecem estabilidade mesmo em momentos de turbulência econômica.
Mas em 2025, diante de um cenário de juros ainda elevados, avanço da digitalização e mudanças no comportamento do consumidor, surge uma dúvida importante: entre os principais bancos listados na B3, qual deles está mais atrativo para investir agora?
Neste artigo completo, você vai encontrar:
- A importância das ações de bancos na composição de uma carteira;
- Os maiores bancos listados na Bolsa e seus diferenciais;
- Comparativos de indicadores como P/L, P/VP, ROE e dividendos;
- Uma análise criteriosa sobre qual banco se destaca no cenário atual;
- Considerações sobre bancos digitais e seus desafios.
Se você quer tomar decisões embasadas e entender o que realmente vale a pena neste setor, siga com a leitura.
Por Que Investir em Ações de Bancos?

Setor Financeiro: O Coração da Economia
Bancos são instituições essenciais em qualquer economia. Eles intermediam crédito, captam depósitos, gerenciam investimentos e oferecem serviços fundamentais para empresas e consumidores. No Brasil, esse papel é ainda mais acentuado, já que temos uma das maiores taxas de juros do mundo — o que favorece os ganhos das instituições bancárias.
Além disso, os bancos brasileiros operam com alta regulamentação e sólida governança, o que os torna mais resilientes em períodos de crise.
Estabilidade e Lucratividade
Mesmo durante períodos turbulentos como a pandemia ou crises fiscais, os grandes bancos continuaram lucrando bilhões. Eles têm negócios diversificados (crédito, seguros, cartões, câmbio, gestão de patrimônio) e estão investindo pesado em digitalização para manter sua competitividade.
A geração de caixa é forte, o que se traduz em excelentes pagamentos de dividendos para os acionistas.
Papel Estratégico na Bolsa
As ações de bancos representam cerca de 20% do Ibovespa, índice que mede o desempenho das ações mais negociadas da B3. Por isso, quem investe neles também acompanha de perto os movimentos do mercado como um todo.
Os Principais Bancos Listados na B3
A seguir, os quatro maiores bancos com capital aberto na bolsa brasileira:
Banco | Ticker | Tipo de Ação | Segmento |
---|---|---|---|
Itaú Unibanco | ITUB3 / ITUB4 | ON / PN | Banco múltiplo privado |
Bradesco | BBDC3 / BBDC4 | ON / PN | Banco múltiplo privado |
Banco do Brasil | BBAS3 | ON | Banco múltiplo estatal |
Santander Brasil | SANB11 | Unit (ON + PN) | Banco múltiplo privado |
Embora existam outros players, como o Banco Pan (BPAN4), Banco Inter (INBR31) e Nubank (ROXO34), neste artigo vamos focar nos quatro gigantes tradicionais, que juntos concentram a maior parte dos lucros e dividendos do setor.
Panorama Econômico em 2025: Como Isso Afeta os Bancos?
Antes de comparar os bancos, é preciso entender o cenário econômico atual:
- Taxa Selic em 10,5% ao ano: apesar de ter iniciado o ciclo de queda, a Selic segue em patamar elevado. Isso favorece o spread bancário (diferença entre o que o banco paga e cobra pelos recursos).
- Inflação sob controle: com IPCA abaixo de 4% ao ano, há maior previsibilidade para concessão de crédito.
- Inadimplência estabilizada: após pico em 2023, os índices de inadimplência começaram a cair, favorecendo os lucros do setor.
- Digitalização acelerada: bancos vêm cortando agências e investindo em canais digitais, o que aumenta a eficiência operacional.
Esse contexto é favorável para os grandes bancos. Mas quais deles estão se destacando mais?
Análise Detalhada: Qual Banco Está Mais Atrativo?
Vamos agora comparar os bancos em quatro dimensões principais:
- Valuation (preço da ação versus lucro e patrimônio)
- Rentabilidade
- Pagamento de dividendos
- Perspectiva de crescimento
1. Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú é considerado o banco mais sólido da América Latina. Sua estratégia sempre foi focada na rentabilidade, controle de risco e inovação gradual. A instituição tem um dos melhores ROEs do mercado e apresenta crescimento consistente há décadas.
Indicadores (2025):
- P/L: 9,5x
- P/VP: 2,0x
- ROE: 20,2%
- Dividend Yield: 5,3%
- Lucro líquido: R$ 36 bilhões (últimos 12 meses)
Pontos fortes:
- Alto retorno para o acionista;
- Portfólio diversificado (atacado, varejo, seguros, banco digital);
- Controle de inadimplência.
Pontos de atenção:
- Valuation mais esticado;
- Crescimento mais previsível, porém mais lento.
Conclusão:
Ideal para investidores conservadores que buscam estabilidade e pagamento consistente de dividendos.
2. Bradesco (BBDC4)
O Bradesco enfrentou momentos desafiadores nos últimos anos. A combinação de má gestão de crédito, alta inadimplência e menor eficiência operacional derrubou seus lucros. No entanto, o banco vem mostrando sinais de recuperação.
Indicadores (2025):
- P/L: 7,8x
- P/VP: 1,0x
- ROE: 12,4%
- Dividend Yield: 6,1%
- Lucro líquido: R$ 20 bilhões (últimos 12 meses)
Pontos fortes:
- Ação barata;
- Forte presença no varejo;
- Potencial de turnaround.
Pontos de atenção:
- ROE ainda aquém do histórico;
- Necessidade de ajustes internos.
Conclusão:
Para investidores com perfil moderado, que buscam valorização futura. Se a reestruturação for bem-sucedida, o Bradesco pode surpreender positivamente.
3. Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil é a grande estrela do momento. Com lucros recordes, dividendos robustos e valuation extremamente atrativo, se destaca mesmo sendo uma estatal.
Indicadores (2025):
- P/L: 5,4x
- P/VP: 1,0x
- ROE: 21,8%
- Dividend Yield: 8,7%
- Lucro líquido: R$ 35 bilhões (últimos 12 meses)
Pontos fortes:
- Melhor relação risco-retorno do setor;
- Baixa inadimplência;
- Foco em crédito consignado e agronegócio.
Pontos de atenção:
- Risco político;
- Eventual mudança na estratégia com interferência do governo.
Conclusão:
Excelente opção para investidores que toleram a exposição estatal. É hoje, sem dúvida, um dos bancos mais baratos e rentáveis da Bolsa.
4. Santander Brasil (SANB11)
O menor entre os grandes, o Santander opera com foco em eficiência e nichos como financiamento de veículos e crédito pessoal. Apesar de não liderar os lucros, possui uma operação enxuta e bem administrada.
Indicadores (2025):
- P/L: 8,1x
- P/VP: 1,4x
- ROE: 15,7%
- Dividend Yield: 6,8%
- Lucro líquido: R$ 17 bilhões (últimos 12 meses)
Pontos fortes:
- Operação enxuta;
- Boa relação com o cliente final;
- Boa geração de lucro.
Pontos de atenção:
- Menor escala que os concorrentes;
- Crescimento mais limitado.
Conclusão:
Boa opção complementar para carteiras diversificadas, embora menos atraente do que Itaú ou BB em termos de retorno.
Comparativo Geral dos Indicadores (2025)
Banco | P/L | P/VP | ROE | Dividend Yield | Lucro (R$ bi) |
---|---|---|---|---|---|
Itaú | 9,5x | 2,0x | 20,2% | 5,3% | 36 |
Bradesco | 7,8x | 1,0x | 12,4% | 6,1% | 20 |
Banco do Brasil | 5,4x | 1,0x | 21,8% | 8,7% | 35 |
Santander | 8,1x | 1,4x | 15,7% | 6,8% | 17 |
E os Bancos Digitais?

Muitos investidores se perguntam: vale a pena investir nos bancos digitais?
O Nubank (ROXO34) e Banco Inter (INBR31) ganharam milhões de clientes, mas ainda não atingiram níveis de rentabilidade comparáveis aos grandes bancos. São empresas em fase de crescimento, com lucros baixos (ou prejuízos) e múltiplos elevados.
Considerações:
- São apostas de longo prazo;
- Riscos maiores, pois dependem da escalabilidade do modelo digital;
- Não pagam dividendos relevantes atualmente.
São indicados apenas para investidores com perfil mais agressivo e com visão de longo prazo.
Qual Banco Escolher em 2025?
A resposta depende do seu perfil de investidor:
- Conservador: Itaú (ITUB4) oferece solidez e rentabilidade com segurança.
- Moderado: Bradesco (BBDC4) é uma aposta em recuperação com risco moderado.
- Arrojado: Banco do Brasil (BBAS3) combina alto retorno com preço baixo, com o risco da estatal.
- Diversificador: Santander (SANB11) pode compor uma carteira sólida com foco em eficiência.
Para muitos analistas, o Banco do Brasil é hoje o banco mais atrativo, considerando sua relação entre preço, lucro e dividendos. No entanto, combinar dois ou mais bancos na carteira pode ser uma estratégia ainda mais inteligente para diversificar riscos e aproveitar diferentes oportunidades do setor.
Conclusão
O setor bancário segue sendo um dos mais atrativos para quem investe na Bolsa brasileira. Mesmo diante da transformação digital, as grandes instituições continuam se adaptando e lucrando, o que reforça sua relevância nas carteiras de longo prazo.
Entre os gigantes da B3, o Banco do Brasil desponta como o mais atrativo em termos de valuation e dividendos. O Itaú segue como o mais sólido, o Bradesco como uma aposta de recuperação e o Santander como uma alternativa de eficiência.
O importante é entender seu perfil de risco e montar uma carteira coerente com seus objetivos financeiros. Ações de bancos, com certeza, merecem seu espaço nessa jornada.
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